Qual a relação entre sonhos lúcidos, precognição e tela mental?

Oi Marrie. Tentarei te responder até onde alcanço de compreensão.

Quando o corpo está necessitando ser reparado, o espírito se desprende momentaneamente dele para que ele descanse da atividade longa e se recupere. Nesse desligamento, ele vive normalmente da vida espiritual, de onde veio antes de nascer no mundo como espírito encarnado. O cérebro físico atrelado à matéria densa não consegue participar continuamente de uma vida dupla, então traduz de forma aceitável à racionalidade o que o espírito temporariamente liberto vê e vive em realidade. Daí temos a sensação de vários sonhos que se embaralham, ou coisas fantásticas que sentimos parecer que aconteceram de verdade.
Bom, o caso é que somos em espírito liberto o mesmo que somos aqui, encarnados. Temos lá nossas mesmas virtudes e defeitos. Por isso nos encontramos com as companhias que normalmente escolhemos, mesmo sem saber (ou lembrar), pelos nossos costumes, pensamentos, palavras, ações. Por isso às vezes sentimos um sonho mal, em vez de bom… Pode ser que passemos alguns apuros derivados do uso de más virtudes no dia a dia, ou também porque estamos agitados demais com as urgências das coisas terrenas para descansarmos a mente delas e usarmos o tempo para estudarmos ou ajudarmos outras pessoas (o que iria ajudar muito nossa própria evolução).
Os sonhos lúcidos ocorrem quando esse desligamento temporário do corpo é mais completo, e o cérebro então não interfere/lê/traduz nossas esperiências em espírito. Temos a consciência dos acontecimentos e ao despertar a trazemos conosco. A pré-cognição é a capacidade de antecipar/antever acontecimentos. Ela também ocorre por um leve e breve desligamento do espírito de seu corpo físico que, assim participando do mundo espiritual até mesmo quando o corpo está desperto, nele percebe eventos a vir, ou que estão a ocorrer em lugares distantes. A intuição de algo é outra coisa: depende de nossa bagagem de aprendizados nas muitas vidas, assim podemos por experiência intuir (saber) sobre uma coisa ou assunto. Já a inspiração vem de fora, por espíritos que conversam conosco sobre algo que conseguimos captar, tais como sugestões e conselhos. Neste último caso parecem coisas sopradas à nossa mente, já no caso da intuição sentimos como estalos de pensamento ou lembranças.
Sobre tela mental: os espíritos podem se comunicar conosco, além da forma de inspiração, através de imagens e vivências e as podem nos comunicar via pensamento, a liguagem natural do espírito, plasmando em nossa percepção mental a idéia que querem comunicar. Desta forma podemos ver imagens e acontecimentos sugeridos se desenrolando não aos olhos físicos, mas sim aos nossos “olhos espirituais”. Explicando melhor, o espírito não vê por um órgão localizado, como um olho, mas vê de forma generalizada, ou seja, é todo o espírito, de forma integral, que vê. Essa forma compacta que temos hoje quando vivos (um apanhado de células, órgãos e sistemas) cumpre uma função temporária na escola da vida infinita, mas o espírito, formado de energia sutil, não é tão pesado e limitado assim e suas capacidades acompanham o progresso de sua evolução. É todo o espírito que vê, e que sente, e que transmite ao cérebro físico do corpo suas sensações e pensamentos, antes dos braços se movimentarem em função de seu desejo. A tela mental pois é apenas uma forma de sentirmos ou vivenciarmos o que outros espíritos nos comunicam, sem precisar estarmos no lugar ou no tempo desses acontecimentos de suas experiências. Eles muitas vezes nos aconselham por este recurso, mas nosso cérebro não capta a sutilidade da forma, apenas a essência, e aparecem então em nossa mente idéias novas que não sabemos dizer de onde vieram.
Coloco aqui apenas um detalhe importante. O como somos quando encarnados, se procuramos nos aperfeiçoar moralmente e desenvolver virtudes, ou o contrário, determina nossa sintonia com os espíritos que estão desvencilhados do corpo físico. A vida é infinita e grandiosa em várias formas e esferas, e embora encarnados não somos seres confinados a um egoísmo de sermos únicos. A vida prossegue antes, e depois da matéria, mas as companhias que temos, nós mesmos sintonizamos com elas e elas conosco pelo modo em que vivemos na Terra. Durante o sono costumamos encontrá-los e com eles vivemos normalmente, com eles aprendemos e agimos. Sejamos boas pessoas para conseguirmos ter companheiros espirituais que amem o bem e o auxílio ao próximo. Estes nos ajudam o progresso interior, nos facilitando nossa compreensão quanto às questões da vida. Assim alcançaremos o bem-estar e a felicidade que todos buscamos, pois a consciência é patrimônio de sabedoria, e nos faz carregar para todo lado o que somos, nossas dores ou tranqüilidades, divino instrumento de aprendizado em nosso próprio benefício.
Muita paz