Alguém tem informações sobre América Latina ?

Quando da divisão do mundo em dois blocos, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos trataram de garantir a manutenção dos países latino-americanos no bloco capitalista. Para isso, muito contribuiu a criação da OTAN, em 1948, um importante instrumento de ação anticomunista no continente.

Em uma região marcada pela pobreza e pela injustiça social, é natural que idéias de igualdade social, fim da propriedade privada, divisão do trabalho e do lucro entre todos, certamente convenciam muita gente a lutar pela transformação política.

Os norte-americanos difundiram propaganda de uma vida baseada no conforto e no consumo (American way of life), como forma de neutralizar o comunismo na América Latina. Os soviéticos, por sua vez, auxiliavam a formação de grupos que tinham a intenção de promover revoluções socialistas na América Latina.

Na América do Sul a solução encontrada pelos grupos dominantes foi a articulação de uma forma de governo que seguisse atendendo os interesses econômicos, mas que atendesse, ao mesmo tempo, os anseios populares. Surge então o populismo, que se caracterizava pela presença de um Estado controlador e pelo culto à personalidade, como Getúlio Vargas, no Brasil, e Juan Perón, na Argentina.

Foi prática comum no período a atribuição dos problemas econômicos nacionais ao imperialismo praticado pelas potências industrializadas. Os populistas defendiam a nacionalização de certos setores produtivos ou estratégicos, como combustíveis e siderurgia.

Esse discurso nacionalista, entretanto, era um entrave para a aplicação do capital estrangeiro no país. Os grupos brasileiros interessados na entrada deste dinheiro pressionavam os governantes e conduziam a opinião pública contra eles.

E apesar do autoritarismo e da manipulação das massas, o populismo conseguiu a adesão da classe operária para um projeto de desenvolvimento nacional

A crise da década de 80, na América Latina, em suas duas dimensões. É política – devido a transição de regimes militares para a democracia – e é econômica – devido as enormes dívidas externas contraídas na década de 70 e a consequente explosão inflacionária. Devemos considerar como fundamental para os novos governos a questão da governabilidade.

Há um consenso internacional que considera a crise econômica como o resultado das políticas estatistas que vem desde a década de 30, nestas regiões. Esse consenso determinou que a crise deveria ser enfrentada com programas económicos austeros de redução de consumo e estabilização, baseado no crescimento capitalista, centrado no mercado. É uma ideologia neoliberal de economia política, iniciada e reforçada pelo FMI, Banco Mundial e Estados Unidos. Esta ideologia faz uma fusão entre democracia e capitalismo de mercados, postulando uma relação de causalidade entre ambas.

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