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Anônimo(a)

Ancestrais pitiguaras?

fale um pouco sobre os ancestrais pitguaras do livro Iracema

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2 Respostas

  1. Na obra -Iracema José de Alencar( lenda do Ceará). Na “Carta ao Dr. Jaguaribe”, apensa ao final do romance, e na qual esclareceu seus propósitos, desenvolveu uma teoria cuja modernidade ainda hoje surpreende.Em resenha publicada no calor da hora, em janeiro de 1866, Machado de Assis entusiasmou-se com o projeto. Nas páginas de Iracema, “tudo ali nos parece primitivo”. O esforço alencariano foi bem-sucedido: “O futuro chamar-lhe-á obra-prima”. O crítico ofereceu um apanhado do enredo: “A fundação do Ceará, os amores de Iracema e Martim, o ódio de duas nações adversárias, eis o assunto do livro”. Entre todos os temas, “a maior soma de interesse concentra-se na deliciosa filha de Araquém”.
    Afinal, não é verdade que Iracema fornece o próprio título da obra? A “virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros do que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira”, converteu-se num dos ícones da cultura brasileira. De fato, a “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, e o romance de Alencar talvez sejam as criações mais populares do romantismo tropical. O juízo de Machado foi confirmado pela posteridade.
    Contudo, por que não propor uma hipótese distinta de leitura? Numa palavra: o protagonista do romance é Martim Soares Moreno; ele é o personagem-sol, e a seu redor gravitam submissos Iracema, Poti e, claro, Japi, o cão fiel-imagem da fidelidade que todos consagram ao guerreiro cristão. O motivo da trama não é o encontro erótico da indígena com o branco, mas a lógica implacável e astuciosa do colonizador – o “sabedor das manhas da raça branca dos cabelos do sol”. A principal delas: o uso de máscaras. Ora, a nomeação de Martim sintomaticamente oscila ao sabor das circunstâncias: na maior parte das vezes ele é o “estrangeiro”; mas pode ser o “cristão”; o “guerreiro branco”; e, em poucas ocasiões, “Coatiabo”, o guerreiro pintado, nome dado por Iracema e Poti. Como se fosse um Ulisses dos trópicos, Martim sabe aproveitar-se das nomeações diversas; ao contrário do amigo e da esposa, facilmente dominados por serem “apenas” o que são.
    lenda do Ceará. Na “Carta ao Dr. Jaguaribe”, apensa ao final do romance, e na qual esclareceu seus propósitos, o autor de Cinco minutos desenvolveu uma teoria cuja modernidade ainda hoje surpreende. Alencar almejava escrever no próprio idioma como se o seu texto fosse originalmente a tradução de uma língua estrangeira: “O poeta brasileiro tem de traduzir em sua língua as idéias, embora rudes e grosseiras, dos índios; mas nessa tradução está a grande dificuldade”.
    Em resenha publicada no calor da hora, em janeiro de 1866, Machado de Assis entusiasmou-se com o projeto. Nas páginas de Iracema, “tudo ali nos parece primitivo”. O esforço alencariano foi bem-sucedido: “O futuro chamar-lhe-á obra-prima”. O crítico ofereceu um apanhado do enredo: “A fundação do Ceará, os amores de Iracema e Martim, o ódio de duas nações adversárias, eis o assunto do livro”. Entre todos os temas, “a maior soma de interesse concentra-se na deliciosa filha de Araquém”.
    Contudo, por que não propor uma hipótese distinta de leitura? Numa palavra: o protagonista do romance é Martim Soares Moreno; ele é o personagem-sol, e a seu redor gravitam submissos Iracema, Poti e, claro, Japi, o cão fiel-imagem da fidelidade que todos consagram ao guerreiro cristão. O motivo da trama não é o encontro erótico da indígena com o branco, mas a lógica implacável e astuciosa do colonizador – o “sabedor das manhas da raça branca dos cabelos do sol”. A principal delas: o uso de máscaras. Ora, a nomeação de Martim sintomaticamente oscila ao sabor das circunstâncias: na maior parte das vezes ele é o “estrangeiro”; mas pode ser o “cristão”; o “guerreiro branco”; e, em poucas ocasiões, “Coatiabo”, o guerreiro pintado, nome dado por Iracema e Poti. Como se fosse um Ulisses dos trópicos, Martim sabe aproveitar-se das nomeações diversas; ao contrário do amigo e da esposa, facilmente dominados por serem “apenas” o que são.
    ** O comportamento do chefe dos pitiguaras, Poti, reproduz a história de renúncia. Ele abandona sua tribo para viver ao lado de Martim, rejeitando a ponderação do amigo: “A cabana de Poti ficará deserta e triste”. De imediato, o índio replica: “Deserto e triste será o coração de teu irmão longe de ti”.
    Assim, no último capítulo, é natural que Poti abandone a religião dos antepassados: “Foi o primeiro que ajoelhou aos pés do sagrado lenho; não sofria ele que nada mais o separasse de seu irmão branco. Deviam ter ambos um só Deus, como tinham um só coração”. Martim nunca pensou em abraçar os costumes do irmão pitiguara. Em caso de necessidade, lançaria mão da máscara “Coatiabo”.

    boa sorte!

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