o que são receptores celulares e qual o seu papel na sinalização celular?

Receptores Tirosina Quinase (RTK) formam uma grande família de proteínas de membrana que são encontradas apenas em Metazoas. Seu principal papel é mediar a comunicação intercelular através do reconhecimento de ligantes extacelulares, e traduzir a informação em resposta celular apropriada. A região intracelular de um RTK consiste em um domínio tirosina quinase e vários resíduos de tirosinas fosforiladas como receptor de ativação. Estas fosfotirosinas (pTyr) atuam como transmissores de informação, e a sequência que rodeia estes resíduos definem a especificidade do sinal. As proteínas intracelulares de sinalização ligam-se então àqueles sítios de fosforilação através de um domínio ligante fosfotirosina, iniciando a cascata de sinalização.

Os RTKs podem disparar e até mesmo inibir respostas fenotípicas, tanto levando a adesão quanto a migração, diferenciação e proliferação, sobrevivência e apoptose das celular. Embora não exista duas sequências identicas ao redor dos sítios pTyr, existem consideráveis quantidades de sobreposições nos seus padrões de atuação. A habilidade dos RTKs em sinalizar através de reações em comuns, e ainda induzir diferentes respostas fenotípicas, foram atribuídas a diferentes contextos celulares, como proteínas de sinalização. Como exemplo temos o receptor de fator de crescimento de fibroblastos 1 (FGFR1) induzindo diferenciação em células neuronais, porém induzindo proliferação em fibroblastos também.

Questões surgem acerca das diferenças intrínsecas entre os RTKs provenientes dos mesmos tipos celulares, de como essas informações definem diferenças e como elas são processadas. Para tentar responder à estas questões, os autores do trabalho intitulado “Linear combinations of docking affinities explain quantitative differences in RTK signaling” (Mol Syst Biol. 2009;5:235), expressaram seis diferentes RTKs nos mesmos amplamente conhecidos padrões celulares de RKT (EGFR, FGFR1, receptor de fator de crescimento semelhante a insulina1 (IGF1R), receptor de fator de crescimento de hepatócito (MET),receptor neurotrófico de tirosina quinase do tipo 2 (NTRK2), e receptor de fator de crescimento de plaquetas beta(PDGFRbeta) e monitoraram suas diferentes propriedades sinalizadoras por “immunoblotting” quantitativo. Foram encontrados que embora eles sejam ativados pelas mesmas proteínas sinalizadoras, eles o são em diferentes graus. Usando microarranjos de proteínas e regressão parcial de mínimos quadrados, foram encontrados que os níveis de fosforilação das proteínas sinalizadoras pode ser predito com acurácia usando combinações de afinidades medidas por “docking”. Esta metodologia mostrou no trabalho duas proteínas sinalizadoras centrais: a fosfotirositida 3-quinase (PI3K) e a Shc1.

Assim, o desafio de construir modelos matemáticos para redes sinalizadoras é possível, utilizando métodos lineares como forma de serem preditas as comunicações celulares de diferentes proteínas sinalizadoras.

Boa sorte! ♥ ♥ ♥