Quem vê hoje a xenofobia, o preconceito e o racismo tomando conta das ruas paulistanas, pode pensar que sempre foi assim. Encontrei um artigo muito esclarecedor, no qual podemos ver que os antigos habitantes de lá pensavam de forma mais brasileira, sem ser bairrista.
Na época da faculdade, tive a sorte de ter como mestres os mais profundos conhecedores da história de São Paulo e de sua urbanização: os arquitetos Benedito Lima de Toledo, Júlio Roberto Katinsky e Carlos Alberto Cerqueira Lemos, para citar alguns. E aprendi, nessas aulas memoráveis – e disto nunca mais me esqueci – que São Paulo tinha a alcunha de Piratininga (que significa peixe seco, na língua tupi) por causa da enorme quantidade de peixes que vinham junto com as águas na ocasião das enchentes do Rio Anhangabaú (rio do mau espírito, também em tupi) e que morriam secos ao sol, às suas margens, depois que as águas eram absorvidas pela várzea.
Aliás, aprendi também que as várzeas dos rios deveriam ter este objetivo: servir de suporte, digamos assim, para as enchentes. Não deveriam nunca ter sido pavimentadas como as Marginais, que hoje conhecemos. As inúmeras enchentes do Rio Tietê (rio verdadeiro), que causam tantos transtornos à população, são a prova disso. E os rios, nossos pobres rios hoje transformados em esgoto a céu aberto ou então em águas canalizadas subterrâneas, como o Rio Tamanduateí (rio de muitas voltas ou tamanduá grande; há controvérsias), em nada lembram as provavelmente belas paisagens do passado.
E foi às margens de outro curso de águas, o Riacho Ipiranga (rio vermelho), que Dom Pedro proclamou a Independência. Hoje não há mais esses rios, mas ficaram os bairros com nomes dados pelos inúmeros tupis-guaranis que aqui habitavam para contar um pouco da história natural do lugar, e que requerem de nós, agora, boa dose de imaginação: Jabaquara (rocha ou buraco), Tatuapé (caminho do tatu), Itaim (pedra pequena), Jaçanã (pássaro com as patas em forma de nadadeira), Pirituba (muitas plantas de brejo), Tucuruvi (gafanhoto verde), Butantã (terra muito dura), Itaquera (pedra adormecida), Tremembé (brejo)…
Difícil acreditar que, sob o asfalto da grande cidade, houve tanta coisa. Difícil também imaginar que próximo ao bairro da Liberdade – a maior colônia japonesa fora do Japão – havia grandes quantidades de uma árvore da família da pitanga e da goiaba, nativa da quase extinta Mata Atlântica, cujo fruto, denominado pelos tupis de “cambuci”, tem esse nome em virtude de sua semelhança com um pote de água; e hoje nem mesmo um pezinho de cambuci existe no local… Aliás, pouca gente conhece a tal fruta. Bem como o araçá (fruto que tem olhos), uma goiaba minúscula e muito doce, que havia em profusão no local onde hoje se encontra o cemitério do mesmo nome.
E o Viaduto do Chá? Ali, no Vale do Anhangabaú (o tal do rio do mau espírito) havia extensas plantações de chá nas chácaras do Barão de Tatuí (tatu pequeno), que era casado com a viúva do Barão de Itapetininga (laje de pedra seca). O viaduto, sustentado por uma bela estrutura metálica vinda da Alemanha, foi inaugurado com uma grande festa, interrompida por causa da forte chuva que caía – um verdadeiro toró (jorro d´água)!
Mas, apesar de tudo, alguns nomes ainda fazem todo o sentido: é no bairro do Ibirapuera (árvores antigas) que fica o maior e mais arborizado parque da cidade; é no Pacaembu (terras alagadas) que foi construído o primeiro piscinão coberto para combate às freqüentes enchentes do local; é no Jabaquara (toca dos índios fugidios) que fica o terminal de ônibus que leva os paulistanos em fuga para o litoral, nos fins de semana e feriados prolongados; e é na Mooca (casa de parentes) que há grande concentração de italianos e seus descendentes…
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“Leonardo”:
Disléxicos e semi-analfabetos estão dispensados da leitura.
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NSS,
O Racisto e a xenofobia num lugar miscigenado como SP (e o Brasil) é muito mais estranho do que na racialmente pura Alemanha nazista, por exemplo; Sobre a homofobia, releia minha apresentação do texto, desta vez com atenção, e verá que não foi dito que SP é um local de homofobia; mas se tivesse dito seria bem dito. Se discorda, podemos comparar índices de violência contra os gays (e nordestinos) em SP.
Sobre os travestis…bem, deve perguntar à eles porque a demanda é maior em SP do que aqui no meu Estado…
De resto, ainda falta explicar porque é em SP o maior movimento contra os “migrantes” nordestinos…inexplicável (ou não) recompensa dada aos que de fato construíram seu Estado…e nem falei da centenária preferência ($$$) do capital, que deixou até 2003 o “resto” do país na pindaíba…
abraço.
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nossa vai perguntar ou escrever uma enciclopédia?
http://www.youtube.com/watch?v=iCDo7GAEHtg
Historia viva de um país livre.
Como era:
Como é hoje:
Alckmin vai mudar todos esses nomes para os ditadores militares!
…
Você precisou “entrar na faculdade” para obter essas informações?
Hoje eu tenho 48 anos, e quando eu tinha 14,
já havia aprendido, por conta própria, tudo o que você mencionou,
E MUITO MAIS.
Quanto ao termo que vc disse , que aqui em SP, é um local de homofobia, não mais do que as outras capitais do Brasil. e digo até que aqui é muito menor o preconceito. pois somos uma cidade cosmopolita. portanto convivemos com todas as origens e universidades. se assim não fosse não teria aqui tantos travestis ganhando a vida nesta cidade. e olha que 70% dos travestis de SP capital não são natural desta capital. e sim de outros estados do Brasil. que pelo fato da alta renda dos habitantes desta cidade. aqui estão.
E não é uma grande demostração de nacionalismo dos paulistas antigos terem mantidos os nomes originais indígenas, de seus bairros e sítios.
Quem não se dar com um paulistano que aqui recebeu todas as raças estrangeiras e irmãos de outros estados, que aos milhões aqui lutaram e venceram. não se da com ninguém.
Agora não é possível que um viajante que aqui chegue para viver, não seja alvo das habituais piadinhas de recepção. que há em todas as partes do mundo.
ai é querer ser o dono do pedaço, que na verdade não tem dono em lugar algum.
NSS.
PS. mas gostei da pergunta, pois pelo fato de já ter estudado e pesquisado esse tema. sempre é bom recordar nosso bucólico passado de origem indígena. assim como o é todo o Brasil de norte a sul. e tenho certeza que a maioria não sabia da origem destes nomes. pois são poucos os que se dedicam aos dialetos das nações indígenas do Brasil.
Caronte, quando eu digo que os habitantes de SP tem boa renda, eu não estou me referindo especificamente, do habitante nativo, e sim de todos os habitantes tenham eles nascido ou não aqui
Esse habitante de alta ou boa renda que aqui vive, pode ser com certeza até um paraense. capazes que são assim como todo brasileiro em sua esmagadora maioria.
o resto é intriga da oposição.
Quanto a esses grupos, aqui de são paulo que descriminam nordestinos. eu lhe digo sem medo de errar. que não atinge 1% da população de SP que é de 40 milhões. são uns otarios. que quando são pegos e denunciados são imediatamente detidos e processados na forma da lei. muitos estão puxando pena. e se um dia voce vier aqui e se sentir descreminado . va prestar queixa na 1ª delegacia que aalcançar. pois os delegados paulistas e a midia daqui, e nós paulistas de bem não compctuamos com isso. isso é coisa de grupelos de skim heads. que leram por demasiado as doutrinas nazistas.
o paulista em sua grande maioria é de formação catolica e repudia o racismo e preconceito.
eu acredito que o preconceito aqui é mais economico.
pois aonde um negro pobre não entra aqui em sp, um branco pobre também não entra.
http://boas-escolhas.blogspot.com/