Por que a Incompetência freou a internet rápida?

MENTIRA

“O Plano [Nacional de Banda Larga] foi lançado este ano pelo presidente Lula para que os brasileiros que moram nas cidades com pouco ou nenhum acesso à internet possam ser conectar! Só assim elas vão poder se comunicar melhor e se informar sempre! Esse plano vai até 2014 e vai oferecer acesso de qualidade.” (Presidente Dilma Rousseff, então candidata, na propaganda eleitoral de televisão, 28/10/2010.)

“Estamos também acelerando a implantação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), não só para que todas as escolas públicas tenham acesso à internet, como também para que no médio e longo prazo a população pobre possa ter internet em sua casa ou no seu pequeno negócio a preço compatível com sua renda.” (Presidente Dilma Rousseff, no seu primeiro pronunciamento em rede nacional, reafirmando seu compromisso, 10/02/2011.)

A VERDADE

O PNBL não saiu do papel. E, se depender do governo do PT, não sairá nem em médio nem em longo prazo.

Rousseff anunciou mais um projeto grandiloquente, sem planejar os detalhes, sem previsão de orçamento. Mas que ficava vistoso na propaganda enganosa da televisão.

De acordo com o presidente da Telebrás, Rogério Santanna, a estatal está sem recursos para implementar as metas do PNBL. Ele afirmou que a falta de recursos é crônica. Dos R$ R$ 600 milhões solicitados em 2010 pela empresa, R$ 316 milhões foram empenhados e nada foi liberado. Neste ano, o pedido era de R$ 400 milhões, foi reduzido a R$ 226 milhões e apenas R$ 50 milhões foram descontingenciados.

As declarações de Santanna contrariam a informação do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, de que o governo Rousseff já teria garantido recursos anuais de até R$ 1 bilhão para a Telebrás implantar o plano. O desencontro é tal, que o presidente da estatal disse que não foi comunicado oficialmente sobre esses investimentos. “Li isso nos jornais”, afirmou.

Enquanto isso, no Brasil de verdade, os usuários da internet amargam um título nada vistoso: pagadores de um dos acessos mais caros do mundo. De acordo com pesquisa do Ipea do ano passado, o serviço custava em média 4,58% na renda média brasileira. Nos países desenvolvidos, a relação ficava em 0,5%.