Devemos propiciar uma volta ao assombro, ao estranhamento radical, que só se consegue se nós mesmos permanecemos e nos reconhecemos nativos. Não é a nossa tarefa, como antropólogos, fazer cair os mitos por terra senão, justamente, “mitologizar”, dar o seu lugar insubstituível ao mito, reencantar o mundo (SEGATO, 1992, p. 133).
Se, por um lado, o mito fixa as experiências sempre novas e singulares projetando-as sobre um cosmos, por outro lado, a ciência realiza justamente o movimento inverso: transforma o cosmos em significante, instaurando a compreensão, entendida meramente como intelecção, como o modo que relaciona o contingente ao permanente. O lugar antes ocupado nesta religião pelo ritual é agora ocupado pela interpretação, pelo périplo racional que desarticula a experiência. Surge assim o modo eminentemente desritualizador da compreensão iluminista. Chega a nos parecer que só quem “compreende” à maneira iluminista coloca a experiência no seu justo contexto, e que somente através do sentido cumpre a experiência seu destino (SEGATO, 1992, p. 130).
SEGATO, Rita Laura. Um paradoxo do relativismo: o discurso racional de antropologia frente ao sagrado. Religião e Sociedade. Vol. 16, nº 1 – 2, 1993.
associando-me pois aos teus mesmos anseios, e certoi da tua plenitude como espirito imortal,aqui deixarei gravado nessa lapide irracional os momentos mais ditosos e os mais sinceros para tua plenitude.
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