Para mim é de Pablo Neruda. “Posso escrever os versos mais tristes esta noite…”
Anônimo(a)
Asked: 13 de janeiro de 20112011-01-13T10:50:01-02:00 2011-01-13T10:50:01-02:00Poesia
Qual é o melhor poema de todos os tempos?
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Carlos Drummond Andrade
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer
seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo
for apaixonante, e os olhos se encherem
d’água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês.
Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça:
Algo do céu te mandou
um presente divino : O AMOR.
Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca,
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar
com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado…
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos,
chinelos de dedo e cabelos emaranhados…
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite…
Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado…
Se você tiver a certeza que vai ver a outra
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela…
Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar,
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!
Carlos Drummond Andrade
MINHA MUSA
Minha musa é a lembrança
Dos sonhos em que eu vivi,
É de uns lábios a esperança
E a saudade que eu nutri!
É a crença que alentei,
As luas belas que amei
E os olhos por quem morri!
Os meus cantos de saudade
São amores que eu chorei,
São lírios da mocidade
Que murcham porque te amei!
As minhas notas ardentes
São as lágrimas dementes
Que em teu seio derramei!
Do meu outono os desfolhos,
Os astros do teu verão,
A languidez de teus olhos
Inspiram minha canção…
Sou poeta porque és bela,
Tenho em teus olhos, donzela,
A musa do coração!
Se na lira voluptuosa
Entre as fibras que estalei
Um dia atei uma rosa
Cujo aroma respirei…
Foi nas noites de ventura,
Quando em tua formosura
Meus lábios embriaguei!
E se tu queres, donzela,
Sentir minh’alma vibrar,
Solta essa trança tão bela,
Quero nela suspirar!
E dá repousar-me teu seio…
Ouvirás no devaneio
A minha lira cantar!
Álvares de Azevedo, para mim é a melhor.
O melhor poema de todos os tempos é o que ainda está por ser feito, por um poeta grande ou anônimo, talvez nem mesmo usualmente poeta. Também persigo essa perspectiva, de saber o que acham o melhor em poesia mas estou chegando à talvez já esperada conclusão de que em poesia não existe o melhor mas sim os melhores, plural como a própria poesia, dialeticamente singular em cada qual. Eu, por exemplo, gosto muito de “O Operário Em Construção”, do Vinícius de Moraes, também apreciando muito “A Máquina do Mundo”, do Carlos Drummond de Andrade, poema que já foi eleito como o melhor poema brasileiro de todos os tempos. Igualmente bons são: “À instabilidade das cousas do Mundo”, de Gregório de Matos Guerra; “Soneto” (Eu vi a linda Jõnia…), de Alvarenga Peixoto; “Meus Oito Anos”, de Casimiro de Abreu; “Adormecida”, de Castro Alves; “Profissão de Fé”, de Olavo Bilac; o belíssimo “Velho Tema”, de Vicente de Carvalho; “Vida Obscura” e “Cárcere das Almas”, de Cruz e Sousa; TODOS os poemas de Augusto dos Anjos, apesar de niilista; “Legenda Dos Dias”, de Raul de Leôni; “Pneumotórax”, “Estrela” e “Vou-me Embora Pra Pasárgada”, de Manuel Bandeira; “José” e “A Morte do Leiteiro, do já citado Carlos Drummond de Andrade; alguns sonetos (“de Contrição”, “de Fidelidade”, “de Véspera”, “de Separação” e “do Amor Total”, do também já citado Vinicius de Morais; “A Educação pela Pedra” e “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, além de “Luxo”, do poeta concretista Augusto de Campos e vários poemas engajados de Ferreira Gullar. Os sonetos de Camões são excelentes, como os de Antero de Quental e Bocage, e um soneto (“Tua frieza aumenta o meu desejo:”), do também português Eugénio de Castro, é simplesmente extraordinário, bem como os “Poemas de Deus e do Diabo”, de José Régio. Segue o
“O operário em construção
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia…
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
É sempre aquele que vou ler neste momento. Nunca haverá quem possa dizer qual é, pois cada um tem sua opinião e seu gosto.
Neste momento o melhor poema é este:
“Amo em conta-gotas
a fresca aragem da manhã.
Um pingo de amor
despenca em orvalho
da haste de uma flor.”
Obs.: Fiz este poeminha para vc agora, direto aqui.
Paulo Red
É difícil dizer o melhor poema, mas o poema que mais gostamos
Eu gosto de muitos, mas alguns por excelência são os que mais me diz: Os Lusíadas por exemplo
Entre os portugueses.
E tens razão de amar Pablo Neruda, pois eu também amo tudo que fez
Ele realmente é um dos grandes marcos da poesia contemporânea, que sem duvidas ficara marcado para todos os tempo.
Boa sorte! ♥ ♥ ♥