preciso do resumo
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Angélica precisa saber como ser ela mesma num mundo que diz que ela não pode ser diferente dos outros
Participação especial de Porto, o porco envergonhado, do elefante Canarinho, do casal de sapos Napoleão Gonçalves e Mimi-das-Perucas e do casal de crocodilos Jota e Jandira
Angélica, inconformada por viver em meio à mentira referente ao fato de que as cegonhas seriam as responsáveis por trazer os bebês ao mundo, abandona sua terra natal e viaja rumo ao Brasil, país onde, segundo acreditava, não teria que viver mentindo a seu próprio respeito.
Na nova pátria, percebe que a mentira contada em sua terra também se contava no Brasil e “que não adiantava ir pra outro lugar porque era tudo a mesma coisa”.
Em suas andanças, Angélica conhece Porto, um porco que vive disfarçado para ver se assim escapa de sua condição marginalizada.
Angélica também conhece Canarinho, um elefante que sofre a discriminação da velhice; Napoleão Gonçalves, um sapo viúvo que cuida de sete sapinhos, filhos seus com Mimi-das-Perucas, vitimada pelo próprio narcisismo; e um casal de crocodilos – Jota e Jandira, que vivia em constante atrito, devido ao machismo de Jota.
Em determinado momento, Porto dá de presente à Angélica a idéia de escrever e encenar uma peça teatral para tornar pública a história da cegonha e, por extensão, a história de sua luta contra a mentira institucionalizada. O elenco é composto pelos animais acima mencionados, que se uniram em virtude de estarem desempregados. O grupo, por meio do trabalho coletivo, da amizade e da liberação catártica propiciada pelo teatro, supera muitos de seus problemas individuais, resultando na satisfação pessoal e na descoberta de um sentido à vida.
A narrativa é feita em terceira pessoa, com múltipla focalização, observada nos diferentes pontos de vista apresentados.
Embora, em determinados momentos, sejam focalizados em episódios separados, as histórias dos personagens secundários não são independentes: elas se entrelaçam em uma rede.
Dentre os personagens secundários, o que mais se destaca é o porquinho Porto, com suas alegrias e seus conflitos interiores do porquinho.
Em relação aos espaços sociais – espaços públicos de encontros – temos: a escola, responsável por inibir a personalidade de Porto; a agência de empregos, onde Porto havia conhecido Canarinho; a rua cheia de lojas onde Canarinho havia trabalhado como papai-noel; o restaurante Formoso, para o qual Porto trabalha como anunciador ambulante; a TV e a fábrica de camundongos enlatados onde Napoleão Gonçalves havia trabalhado, respectivamente, como anunciador de pasta de dente e como gerente; o cabeleireiro e as lojas onde Mimi-das-Perucas vivia “penteando as perucas e comprando […] o dia inteiro” (p. 75).
Na escola, Porto se depara com a discriminação por ser porco; na agência de empregos, Canarinho encontra um mercado de trabalho que fecha as portas aos idosos; no restaurante, Porto é explorado pelo patrão; na TV e na fábrica, Napoleão Gonçalves realiza um trabalho sem sentido que o deixa profundamente infeliz; e o cabeleireiro e as lojas transformam Mimi-das-Perucas em uma escrava do consumo, o que acaba lhe custando a própria vida.
Em relação aos espaços naturais, que freqüentemente simbolizam a liberdade, têm-se a floresta por onde as personagens transitam, o lago no qual Porto se contempla, o mar que Angélica sobrevoa e que deixa Porto maravilhado, a praia onde Porto apanha conchas, o mato em meio ao qual Porto vê Angélica pela primeira vez, o Rio de Fevereiro habitado pelo casal de crocodilos e a árvore com tronco oco que Porto transforma em sua morada.