SONETO
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões (1524-1580)
Arte de amar-Manuel bandeira.
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Madrigal- José Paulo Paes
Meu amor é simples, Dora,
Como a água e o pão.
Como o céu refletido
Nas pupilas de um cão.
PROPOSTA:FAÇA UMA QUESTÃO INTERPRETATIVA NO MÁXIMO DE 10 LINHAS PARA A SEGUINTE PERGUNTA:
-QUAIS AS DIFERENTES VISÕES DO AMOR APRESENTADAS PELOS POETAS?
Camões vê a contradição no amor, amar a quem nos prejudica, persegue, maltrata mesmo. Questiona como isso deva ser possível. Na verdade põe em xeque o que a religião prega: amar seus inimigos.
Manuel Bandeira vê o amor como algo espiritual focado na própria alma e não na alma alheia.
Paulo Paes compara o amor à simplicidade dos elementos da natureza ou das matérias que usamos.
Todos os três poetas demonstram a dificuldade da compreensão do que seja o verdadeiro amor.
Saudades,professor Roque.
Podes confiar na resposta dele.Está certíssima.
Abraços.
Professora de Português