Uma ancora, realmente impede que um barco saia de um lugar?

—Na verdade a âncora “unha” no leito oceânico, isto quer dizer que se vc tracioná-la na diagonal, ela torna-se muito difícil de ser retirada, mas em muitas ocasiões, se vc tracioná-la na vertical ela sai com relativa facilidade.

—Numa Plataforma Marítima Semi-Submersível, o sistema de ancoragem é de fundamental importância para mantê-la na locação, quando a unidade chega na locação, há barcos de manuseio de âncoras que levam as âncoras para longe da Unidade enquanto os Operadores vão “pagando amarra”, na posição anteriormente planejada, estes barcos soltam a âncora que chega até o leito oceânico, deixa-se a âncora “acamar” aguardando alguns minutos, em seguida traciona-se os guinchos de ancoragem e as âncoras “unham” no leito oceânico e através das amarras seguram a unidade na locação desejada.

A âncora por si não segura o barco! Tanto que em barcos maiores se usa uma corrente para diminuir o ângulo entre o barco e a haste da âncora, e ainda para aumentar o peso do conjunto.
Na realidade uma embarcação dificilmente fica no mesmo local, mesmo bem ancorada, já que o vento muda de posição durante o correr das horas e a maré sobe e desce.
Mas uma âncora geralmente mantém a posição do barco mais ou menos estável.
Existem várias âncoras, como a danfoth, almirantado (clássica), hall (usada em navios de grande porte), garateia, cogumelo e muitas outras que tem desenho diferente, como a espanhola que tem várias nomenclaturas mas é a mistura da danforth com a hall.
Mas com exceção das ancoretas e da garateia, todas tem o seu princípio de ancoragem no fato de se enterrarem completa ou parcialmente no leito do oceano.
As garateias, que tem o mesmo nome e formato do famoso anzol de quatro pontas, assim como as ancoretas, servem para fundear em cima de pedras.
-Sabe aquela lage que você quer pescar em cima?
Nada como uma garateia para você posicionar o barco em cima!
As ancoretas, conhecidas com vários outros nomes, podem ser apenas pedaços de concretos, lisos e arredondados, para que se posicione uma embarcação leve acima de fundo rochosos.
As âncoras do tipo danforth e almirantado tem com principal forma se fixarem ao fundo no fato de unharem o solo, e a hall (ou patente) afunda por causa de seu peso.
A hall e a danforth possuem normalmente hastes móveis, que fazem mais ou menos ângulo com as patas.

Então o que eu falei no começo é que uma boa ancoragem depende muito do comprimento do cabo que você vai dar para a âncora.
Se você der pouco cabo, com o balanço, ou mesmo quando a mré subir, o barco desgarra. Se você der muito cabo, e este for de nylon, ou tiver uma corrente entre ele e a âncora, pode agarrar em algo lá no fundo. Além de quando o barco virar por causa da maré ou mudança de vento, você vai ter uma raio de giro muito grande.
Mas normalmente quando se tem uma boia de arrinque, que é aquela boia que tem um cabo mais fino que parte da âncora para a superfície, e se pretende ficar mais tempo em um local, ou ainda o tempo não está bom, a gente costuma dar mais cabo.
Dando mais cabo, o ângulo do cabo entre a âncora e a embarcação diminui, e ela unha com mais força.
Ancorar, assim como navegar, é uma arte!
Você ancorar uma embarcação grande, ou mesmo de pequeno porte, e mantê-la quase no mesmo lugar durante horas, é para poucos.
E tirar a âncora do fundo, sem dar vexame ou entortar nada, usando de jeito e classe, é para menos pessoas ainda.
Modéstia à parte, eu era muitíssimo bom nisso!
Mas devo isso a um bom amigo e marinheiro de primeira, que me ensinou a sensibilidade de se ancorar usando o equipamento certo, fazendo bons nós e principalmente, sabendo vigiar e prevenir acidentes.
Nunca se deve confiar 100% em uma ancoragem, pois temos que saber que quem manda lá é o mar, que tem uma força infinita.
Boa sorte!