LEIA COM ATENÇÃO
Ao mesmo tempo em que tanto se fala sobre a polêmica da descriminalização da maconha, pouca informação fica disponível para a sociedade. A idéia ainda vigente é a de que cannabis, cocaína e heroína são farinha do mesmo saco, que causam os mesmos males e que são apenas intensidades diferentes da mesma coisa. O que não é verdade.
Eu não tenho por objetivo defender ou acusar droga alguma. Quer, apenas, estabelecer os fatos acerca do mito. Afinal de contas, maconha vicia? Seu uso traz perigos à quem consome? O que, na realidade, já se sabe sobre a planta? A MOOD, como todo veículo de informação, tem a responsabilidade de soterrar as inverdades e trazer à luz os fatos. Leia, e com seus próprios critérios, faça seu julgamento.
Da botânica
A Cannabis, cuja variedade mais popular é a Sativa, é uma erva de clima tropical ou temperado, muito resistente a pragas e que cresce com facilidade. Em estufas, cresce em qualquer parte do mundo. Dos brotos e folhas sai a maconha para fumar; da seiva, se faz o haxixe; da fibra do caule e dos galhos maiores, o cânhamo.
A erva na história
A primeira referência à maconha está num tratado médico chinês de 2000 anos antes de Cristo. Ela era indicada contra a asma, cólicas menstruais e inflamações da pele. Também é mencionada nos mais antigos textos sagrados hindus como uma erva mágica, capaz de afastar o perigo de catástrofes e a ira dos inimigos. Foi objeto de culto religioso: no século XI a.C., o ismaelita Hassan ibn Sabbah fundou uma seita no qual a Cannabis era o símbolo divino. A partir do século X d.C., as invasões árabes na África levaram a erva para a Europa, e, de lá, veio para as Américas.
Até 1937, quando foi proibida, era utilizada em chás nos Estados Unidos para tratar a asma, a dor e o stress. Teria sido trazida para o Brasil após 1500, contrabandeada pelos escravos. Seu uso e venda foram proibidos em 1930 no Brasil.
Pesquisas de 1997 indicam que 2,5% da população da Terra fuma maconha. São quase 200 milhões de pessoas. E o número vem crescendo.
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Para quem nunca usou
Os efeitos comuns de fumar maconha são: sensação de bem-estar; euforia; acessos de riso; relaxamento muscular; sonolência; perda dos reflexos; falhas de memória; hipersensibilidade; perda da noção de tempo; dilatação das pupilas e boca seca. Quando são consumidos 4 ou mais cigarros da erva em pequenos intervalos de tempo, podem ocorrer alucinações, confusão mental e apatia. Também causa a “larica”, uma fome quase incontrolável.
O outro lado: a discussão da saúde
Em 1991, a cannabis foi reconhecida pela OMS como medicamento. O THC, sua principal substância ativa, é sintetizada em laboratório para a produção de alguns remédios, e aparece na forma de cápsulas e supositórios. Seu uso é comprovado nos casos de câncer (para reduzir o mal-estar provocado pelos efeitos colaterais das drogas), AIDS (a “larica”, como chama-se a fome causada pelo uso, faz com que o apetite volte), esclerose múltipla (devolvendo, por causa do relaxamento muscular que causa, o controle dos membros à vítima de doença, que inflige espasmos involuntários) e alívio da dor. Só não é ainda mais utilizada pelas implicações legais.
A erva também encontra, cada vez mais, usos práticos. Do cânhamo, fibra do caule e dos galhos robustos da planta, já se faz produtos mais variados como tênis, papel (rende 4 vezes mais do que o eucalipto), cosméticos, detergentes, fertilizantes, óleos, molhos comestíveis, jeans, prancha de snowboard e até um tipo de queijo. Mas apenas nos países onde existem plantações autorizadas pelos governos para este fim, como França e Suíça.
Fator social
Em Porto Alegre, a resposta padrão da polícia responsabiliza a falta de pessoal das Delegacias de Entorpecentes por não acabar com as pequenas “bocas de fumo” da capital. Por serem poucos funcionários, seria desperdício colocá-los nas ruas; a ação, ao contrário, estaria concentrada nas grandes apreensões – justificando que, cada vez que uma quadrilha é presa, cerca de 40 a 50 bocas de fumo são retiradas das ruas. Ainda assim, os pequenos traficantes e revendedores representam cerca de 70 a 80% das prisões por causa de drogas. E, além disso, há o fator “ibope”: capturar 1 ou 2 quilos de maconha ou cocaína não dá notícia de jornal nem rende dividendos sociais à instituição.
Na Inglaterra, o estudo do Conselho Consultivo sobre o Abuso de Drogas sugere que a Cannabis seja incluída na classe C de drogas daquele país – a mesma de anabolizantes e hormônios do crescimento. (Hoje ela está enquadrada na categoria B, junto de anfetaminas e barbitúricos.)
Estes são apenas alguns dados, que retratam um panorama da pesquisa científica e social neste momento. O mundo, hoje, parece mais propenso a discutir o problema do uso da maconha – o que já significa um grande passo para que mais injustiças não ocorram. Quem quer usar maconha, usa; quem não quer não usa. A decisão precisa sempre partir do indivíduo
nao li tudo isso mas lhe digo sempre fui e vou ser contra
Caro Samuel,
O consumo de álcool já é um GRAVE PROBLEMA SOCIAL pois é uma DROGA que causa diversos acidentes de trânsito e trabalho, sem falar nos casos de dependência e divórcios na nossa sociedade. Agora imagine um monte de maconheiros dirigindo automóveis por aí…
Abração.
Concordo com o colega acima, imagina as pessoas dirigindo, trabalhando sob efeito da droga…
Deveríamos tomar como base quem já liberou, apesar de haverem poucas notícias que mostrem a realidade, mas aí vão algumas, meio antigas:
http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL286773-6091,00-GOVERNO+LANCA+APELO+AOS+POLICIAIS+HOLANDESES+PAREM+DE+FUMAR+MACONHA.html
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1590986-5598,00-FESTIVAL+EM+AMSTERDA+DEFENDE+LEGALIZACAO+DA+MACONHA+NA+HOLANDA.html
Observe que, na segunda notícia, fica implícito o fato de ainda existirem pequenos grupos que fazem o tráfico ilegal, ou seja, a liberação até aliviou mas não resolveu o problema da delinquência.
Abraço
Caro Amigo,
Li tudo e severamente Você soube colocar muito bem sua posição em relação ao tema.
O tema é visto de diferentes maneiras por diferentes pessoas, pois abrange diferentes pontos de vista. Dentro de seu contexto os colegas possuem razão teórica. Mas meu ponto de vista está mais voltado a segurança social e economia do país. Dizem que a maconha é a droga mais comercializada no brasil, e essa comercialização ilegal, favorece a criminalidade, fortalecendo o trafico, até porque os mesmos monopolizam o mercado do produto.
Se dispormos a legaliza-la seu mercado se expandirá, em contrapartida teremos maiores opções de compra e venda, um menor preço pelo produto, o governo poderá arrecadar um bom imposto em cima da venda e produção, e principalmente devido a concorrência o trafico perderá espaço.
Em se tratando do fator humano, a maconha como você mesmo citou não tem uma finalidade especifica de entorpecente, mas também medicinal. O que vale dizer que as pessoas podem adquiri-la para fins diferentes. E também referente ao fator droga, todos nós possuímos o livre arbítrio, e sabemos das conseqüências de nossos atos, bebida alcoólica e cigarro comum são permitido perante a lei e aceito pela sociedade, então o mesmo tratamento tende a ser dado a Canabis Sativa, é só uma questão de tempo.