Apesar da queda de natalidade e índices de fertilidade no Primeiro Mundo, entre as populações pobres a explosão demográfica continua , sendo que o mundo demorou milhares de anos para chegar aos 2 bilhões de habitantes na década de 50, até os atuais 6 a 8 bilhões atuais (conforme várias estimativas) e com certeza chegaremos a 9 bilhões em 2050, a menos que todos fiquem ricos o que não é muito provável para dizer o mínimo.
Para toda esta população é preciso alimento e matérias primas, é preciso devastar matas e criar lavouras, é preciso criar empregos e ao mesmo tempo diminuir o consumo.
Qual é a solução viável?
simsenhor: Não foi provado nada, apenas que os perigos apontados por Malthus demoraram mais tempo do que o previsto.De resto , o que ensinam está errado , e só o fazem por razões ideológicas.
Seja como for, a bomba populacional continua ativada no mundo pobre, que é a imensa maioria da população mundial.
Mas o problema não é só a terra arrasada pelo excesso de plantio e extração que não pode durar para sempre, mas até nos países ricos , o grau de competição vai acentuando-se de modo a criar stress e patologias num grau inimaginável há algumas décadas atrás.
Acha que se pode aumentar impunemente o número de pessoas num espaço limitado beira a insanidade e Malthus deu o primeiro aviso.
A visão de Malthus deve ser encarada a longo prazo e pensar que não aconteceu ainda prova que não acontecerá seria um erro ao qual a humanidade não poderá sobreviver.
É como a história do “Pedro e o Lobo”. Cada vez que dizia que o lobo estava vindo e não veio, o povo concluiu que o lobo nunca viria, até o dia em que veio.
Ao meu ver não há nada de mais irresponsável do que deixar o barco correr para ver no que vai dar em vez de levar a população mundial de volta para níveis de 50 anos atrás, o que com toda a tecnologia , daria um mundo bem melhor para todos.
http://www.youtube.com/watch?v=b98JmQ0Cc3k&feature=fvw
Barbosa: Valeu e raramente vejo respostas tão bem elaboradas por aqui.
José Pereira: Acho uma aposta muito perigosa achar que o crescimento sem limites pode ser sempre resolvido com novas tecnologias.Eu prefiro ser prudente em vez de ver no que vai dar deixando rolar como está.
O que a ciência proporciona em troca de produtividade é um milho sem gosto, um feijão com muito gosto (ruim), e um frango com gosto de água. Se a tecnologia fosse dar jeito em tudo por aqui, não teríamos bilionários correndo contra o tempo para deixar o planeta.
Acredite na inovação tecnológica, até para a água salgada já inventaram modo de ficar doce. Pintos ficam adultos em 15 dias, frutas que davam uma ou duas vezes no ano agora dão o ano todo.
Já começaram até a fabricar ração humana.
Portanto, não é que estão preocupados com a fome, é que as indústrias estão procurando inovar produtos para vender.
Você pode dizer que, com a pobreza as pessoas não terão condições de comprar comida, desse modo, morrerão de fome.
Você está certo em se preocupar com isso, são poucas pessoas que se ligam nesses assuntos.
Parabéns.
Malthus tinha razão e isso é inquestionável, mas assim como a população cresce exponencialmente o conhecimento também e é no conhecimento que espero, no futuro, poder fechar a equação levantada pela sua pergunta.
Se fóssemos seguir a risca o que pregoou Malthus a situação já estaria crítica, no entanto, a tecnologia também evoluiu o que proporcionou um brutal aumento na produtividade da pecuaria e agricultura, ou seja, hoje já existem técnicas de reaproveitamento do solo que proporcionam, para determinadas culturas, a possibilidade e até quatro safras no ano. É possível fomentar a agricultura até mesmo em regiões áridas com o mínimo de água possível. Os alimentos estão mais ricos e alguns que consumimos já são geneticamente alterados. Os fertilizantes hoje são mais fortes. O espaço para o plantio é mais bem aproveitado misturando culturas diferentes num mesmo espaço. Em breve será possível evitar grandes disturbios climáticos ou ao menos minimizá-los, evitando perdas nas lavouras. Enfim… Tudo isso gera um ganho de produtividade que reduz as pressões por devastamento de áreas virgens e aumentam a produção de alimentos.
Mas boa parte daquilo que escrevi acima, não acontece de forma plena e esse é um problema. Muitas das pesquisas realizadas no campo não chegam de fato a todos e muitas, por melhores que sejam os resultados, são hoje, inviáveis do ponto de vista econômico. Para ganharmos tempo é necessário que a taxa de natalidade em determinadas sociedade seja reduzida. É necessário que governos subsidiem pesquisas na área e principalmente a sua aplicabilidade na prática. Um plano mundial de dieta mínima que garanta um padrão alimentar mínimo e combata exageros por parte de algumas sociedades mais desenvolvidas e isso é, sobretudo, uma questão de saúde pública e não meramente redistribuição alimentar tirando dos mais ricos e dando para os mais pobres, que fique bem claro.
Alguns pontos por você levantados, podem precisar de uma análise mais aprofundada, por exemplo: alguns países com altas taxas de natalidade sofrem também com altas taxas de mortalidade infantil, exemplos na Ásia e África (e também no Brasil) não faltam, portanto dados estatísticos e demograficos como os apresentados precisam ser antes trabalhados para que não se tenha uma projeção futura tendenciosa.
Ainda existem várias áreas agriculturáveis no mundo sem que precise haver mais devastações de florestas. Um exemplo está em Angola. Se se trabalhar para liberar vastos campos minados daquele país, poderiamos no futuro breve utilizar estes espaços para a agricultura, lembrando inclusive o enorme potencial daquele pais para essa área. Em outros países do sudeste asiatico e também da África, poderiam se especializar neste quesito se resolvessem seus problemas internos.
Hoje, o que Malthus profetizou já é uma “meia verdade”, se o padrão alimentar médio da humanidade fosse aumentado ao menso nível do padrão alimentar médio norte americano, haveria um colapso mundial, onde alguns mais radicais, afirmam que todos, de certa forma, passariam fome. E isso já é um fato nos dias atuais. Como o padrão alimentar médio norte americano é um dos mais alto do mundo e um exagero de acordo com a maioria dos especialistas, este não seria um dado propício para uma análise de projeção, por isso a expressão “meia verdade” acima. Mas como um comparativo, um ponto a se pensar, vale a pena citá-lo.
Outro ponto de suma importância que corrobora para a acertiva de Malthus está no aumento global da qualidade de vida, ou seja, nos primórdios da humanidade a expectativa de vida de uma pessoa não passava dos 25 anos de idade e hoje em alguns países ultrapassa os 75 anos. Os avanços na medicina que por sua vez aumenta a logenvidade também é outro ponto.
Em resumo, concordo com Malthus e com sua preocupação, mas também acho que há muita margem para que possamos evitar este colapso ainda presente e iminente, mas para isso é necessário que cada sociedade se organize internamente e busquem soluções conjuntas em âmbito global. É preciso estimular continuamente o aumento da produtividade na agricultura e tornar geral e aplicável o uso de técnicas bem sucedidas.
Muitos do que morrem de fome hoje no mundo, não morrem de fome propriamente dita, mas sim pela incompetência de governos corruptos e insanos. Malthus acertou porque, como seres humanos, não somos capazes de gerir esta questão, cujo problema vai muito além da relação população/alimento. O capitalismo atua à margem de suas possibilidades e no momento oportuno saberá resolver a equação, mesmo que para isso bilhões tenham que de fato, morrer de fome. Algo que espero não ser preciso. Estamos numa corrida contra o tempo e Malthus ainda detem a razão (ceteris paribus).
Minhas opiniões. Valeu?
Barbosa.
___
Uai! Brigadão.
Só uma observação…
Num mundo onde a concentração de renda só aumenta, não acredito que os “escravos” estejam vivendo mais porque estão ficando ricos, mas sim e somente, devido as medidas dos Estados que vale lembrar promovem o mínimo (saúde pública, saneamento, e PRINCIPALMENTE água limpa)..
Amigo… Não sejamos ingênuos…
É óbvio que a Classe Dominante, seja ela qual for tem ciência disso.. E eles precisam dessa massa direta (para lhes servir ou de mão-de-obra, ou consumidores) ou indiretamente (como “populações” para justificarem os grandes projetos, e portanto $$$, do Estado) para que justamente eles possam continuar ganhando, só que agora em escalas jamais vistas antes na humanidade.
O rico ganha, porque quanto mais gente, mais consumo, e portanto mais lucro. E o Estado (e seus mandatários sanguesugas corruptos) tb ganham, afinal, é nas relações humanas (compra, venda e trabalho) que o imposto é gerado.
Mas nossa ingenuidade está no fato de acharmos que no dia em que eles se derem conta de que o mundo não pode mais atender a todos, eles não irão nos exterminar.
A classe dominante (que é quem dita as regras de mercado) sabe muito bem dessa condição, e também sabe que não pode haver crescimento linear em um mundo finito, porém só continuam porque ainda pode.
No fim, não serão eles os prejudicados, mas como SEMPRE, seremos nós.
O maltusianismo e os limites para o crescimento populacional foram muito discutidos no século passado, havendo mesmo quem visse na revolução verde demostração da improcedência das teorias de Malthus. Hoje a engenharia genética certamente fornece bons argumentos aos seus críticos, no entanto, penso que deva ser feita releitura de Malthus, à luz dos novos conhecimentos científicos. Felizmente, porém, está ocorrendo maior compreensão ao imperativo de conter o crescimento populacional, até havendo dissimulada diminuição do apoio internacional aos países que ainda mantém elevadas taxas de natalidade, como os africanos.
Abs
Que Malthus estava errado já é provado, inclusive é ensinado nas escolas que ele estava errado.
Veja este vídeo sobre o tema, muito interessante: