domingo, 3 de julho de 2011
Canalhas e idiotas inconfessos
Nelson Rodrigues, cujo único pecado mortal era torcer fanaticamente pelo Fluminense, tinha definições perfeitas para coisas mundanas. Sabia escrever e descrever, sarcasticamente, a vida como ela é. Idiota da Objetividade autoproclamado, Nelson tinha um conceito exato para a expressão “canalha” (o xingamento máximo evocado por algum de seus críticos personagens em peças, contos e filmes).
Na definição Rodrigueana: “Canalha. O sujeito era tão canalha, mas tão canalha, que não perdoava nem a própria cunhada”. No caso, o verbo “perdoar” era sinônimo de “não poupar”. Ou seja, o canalha original, justo e perfeito trai a mulher até com a irmã dela. O canalha aceita até suportar a mesma sogra. O canalha não tem escrupulos. Nem limites para sua luxúria. É um egoísta avarento. Um guloso incurável. Um irado permanente. Um invejoso contumaz. Um soberbo de sua canalhice. E um preguiçoso negligente, sempre que lhe convém.
O canalha é a síntese dos sete pecados capitais: ira, gula, inveja, avareza, soberba, avareza e luxúria. O canalha é um pecador sistemático. A origem do seu pecado não é religiosa. Nem moral. Seu pecado é político-estratégico-tático. Pecar vem do latim pecare que significa “errar o alvo”. O canalha faz pior ainda. Tem a ilusão pretensiosa de que “acerta no alvo”, quando, na realidade, erra. O canalha pratica o erro – opinião, ação ou omissão contrárias à verdade (que é a realidade universal permanente).
O canalha é parceiro do idiota. Ambos sobrevivem em torno da ilusão de poder. Canalhas e idiotas prosperam no Brasil. Ganham cada vez mais espaço, principalmente na vida pública. Motivo: a omissão, conivência ou leniência dos sujeitos corretos e inteligentes. Aqueles que têm algo prático e relevante a propor e realizar deixam brechas sociais para os canalhas e idiotas fazerem sua festinha. O resultado é um Brasil em que as inversões de valores e os conceitos falsos se propagam e se tornam hegemônicos. Eis o império da imbecilidade, da canalhice e da midiotice coletiva.
Semana passada, outro Nelson (o Genérico de Quatro Estrelas Jobim) resolveu aproveitar a festinha de 80 anos do Príncipe dos Sociólogos FHC para vender erudição citando Nelson Rodrigues. Nelson comentou o outro Nelson: “Ele dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento”. Leia, abaixo, o texto original rodrigueano: “Os idiotas confessos”.Os demais idiotas entraram em convulsão com as palavras dos Nelsons – seja o Original ou o Genérico. A quem Nelson atacou? Dúvida cruel. Mas, no Palácio do Planalto, onde reina a Dilma, as palavras foram muito mal recebidas. Soaram como um réquiem a Nelson. A presidenta não gosta dele. A recíproca parece verdadeira. Assim que puder, Dilma troca o Ministro da Defesa. Falta pouco. De repente, estoura um providencial escândalo. Igual ao do Dnit, em que quatro da cúpula do Ministério dos Transportes foram detonados nos embalos de sábado à tarde…
Voltando aos canalhas e idiotas. A conjuntura brasileira é assustadora. A vida nacional parece uma novela das nove global. As negociações para a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour, com banqueiros, governo e os franceses do Casino no meio, são dignas de um roteiro folhetinesco de Gilberto Braga. A Odette Roitmman não trabalha no Palácio do Planalto. Mas falta pouco para isto. Dá medo o êxtase do respeitável público enaltecendo os vilões de novela. Não demora, do jeito que a coisa vai nas mentes e nos insensatos corações dos brasileiros incapazes de pensar corretamente, Léo e Norma viram casal presidencial.
Vamos deixar isso acontecer, sem reagir? Eis a questão…
Artigo no Alerta Total – http://www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão
Ed, essa é uma pergunta que não consigo encontrar uma resposta.
O petismo apodreceu e estragou o Brasil. Acho que ficaremos no esgoto por muitos anos ainda.
povo ordeiro, governo aproveitador, não tem jeito, só uma revolução, tipo Libia que não acaba anquanto não acabar com as falcatruas do poder constituido e manupulado por esses parasitas que voces elegeram.
Sim, o povo vai deixar tudo isso acontecer sem reagir. É um povo que sente orgulho de ser preguiçoso e alienado, e que vota nos seus iguais.
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Oi Ed,
Até o dia em que os brasileiros sairem da letargia e resolverem tomar uma atitude…
Um abraço,
Até o dia em que escorraçarmos o PT da política brasileira.
ate quando eu nao comprar um tanque blindade cheio de basucas anti aerea
Concordo com a pipoca sapeca. O povinho brasileiro é, em sua maioria, selvagem, ignorante e AMORAL. Não esperem nada desse povinho.