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  • 0
Anônimo(a)

Me falem uma poesia que te comoveu?

Por favor pessoal, nada de gracinhas, “Batatinha quando nasce…” quero algo sério.

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9 Answers

  1. Esta daqui, sempre me comove:

    Cântico negro

    José Régio

    “Vem por aqui” — dizem-me alguns com os olhos doces
    Estendendo-me os braços, e seguros
    De que seria bom que eu os ouvisse
    Quando me dizem: “vem por aqui!”
    Eu olho-os com olhos lassos,
    (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
    E cruzo os braços,
    E nunca vou por ali…
    A minha glória é esta:
    Criar desumanidades!
    Não acompanhar ninguém.
    — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
    Com que rasguei o ventre à minha mãe
    Não, não vou por aí! Só vou por onde
    Me levam meus próprios passos…
    Se ao que busco saber nenhum de vós responde
    Por que me repetis: “vem por aqui!”?

    Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
    Redemoinhar aos ventos,
    Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
    A ir por aí…
    Se vim ao mundo, foi
    Só para desflorar florestas virgens,
    E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
    O mais que faço não vale nada.

    Como, pois, sereis vós
    Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
    Para eu derrubar os meus obstáculos?…
    Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
    E vós amais o que é fácil!
    Eu amo o Longe e a Miragem,
    Amo os abismos, as torrentes, os desertos…

    Ide! Tendes estradas,
    Tendes jardins, tendes canteiros,
    Tendes pátria, tendes tetos,
    E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios…
    Eu tenho a minha Loucura !
    Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
    E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…
    Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
    Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
    Mas eu, que nunca principio nem acabo,
    Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

    Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
    Ninguém me peça definições!
    Ninguém me diga: “vem por aqui”!
    A minha vida é um vendaval que se soltou,
    É uma onda que se alevantou,
    É um átomo a mais que se animou…
    Não sei por onde vou,
    Não sei para onde vou
    Sei que não vou por aí!

  2. Todas que são feitas com amor e sincera emoçao, coisa percepitivel em cada palvra e letra escrita …

    bjs *-*

  3. …Vi ontem um bicho,
    …Na imundície do pátio,.
    …Catando comida entre os detritos.

    …Quando achava alguma coisa,
    …Não examinava nem cheirava,
    ..Engolia com voracidade.

    …O bicho não era um cão,
    …Não era um gato,
    …Não era um rato.

    …O bicho, meu Deus, era um homem.

  4. Tudo o que venha de Arthur Rimbaud, Paul Verlaine e Baudelaire é perfeito. Afinal essa é a triade francesa dos melhores poetas.

    mas destaco ” Demain dès L’aube ” de Victor Hugo, poema este famosissimo.
    e tb ” Chanson d’Automne ” de Paul Verlaine….se vc analisar a estrutura desse poema, vc vai ficar maravilhado.

    boa leitura amigo.

  5. Gosto de temas fortes e mórbidos igual a Augusto do Anjos com

    A fome e o Amor

    Fome! E, na ânsia vraz, ávida, aumenta
    Receando outras mandíbulas e esbanagem,
    Os dentes antropófagos que rangem,
    Antes da refeição sanguinolenta!

    Amor! e a satiríase sedenta,
    Rugindo, enquanto as almas se confrangem,
    Todas as danações sexuais que abrangem
    A apolínica besta famulenta!

    Ambos assim, tragando a ambiência vasta,
    No desembestamento que os arrasta,
    Superexcitadíssimos, os dois

    Representam, no ardor dos seus assomos
    A alegoria do que outrora fomos
    E a imagem bronca do que inda hoje sois!

  6. A ESPERANÇA

    A Esperança não murcha, ela não cansa,
    Também como ela não sucumbe a Crença.
    Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
    Voltam sonhos nas asas da Esperança.

    Muita gente infeliz assim não pensa;
    No entanto o mundo é uma ilusão completa,
    E não é a Esperança por sentença
    Este laço que ao mundo nos manieta?

    Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
    Sirva-te a Crença de fanal bendito,
    Salve-te a glória no futuro – avança!

    E eu, que vivo atrelado ao desalento,
    Também espero o fim do meu tormento,
    Na voz da Morte a me bradar; descansa!

    Augusto dos Anjos

    Um dos grandes gênios da nossa literatura!!!

    Abraço!

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