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Anônimo(a)

Por dentro do PCC. O que vocês sabem sobre o Primeiro Comando da Capital?

Por dentro do PCC

Os antropólogos Karina Biondi e Adalton Marques discutem a organização e os valores do Primeiro Comando da Capital.

Karina Biondi e Adalton Marques se conheceram na época em que ambos terminavam seus cursos de graduação, e logo identificaram grande afinidade entre suas pesquisas antropológicas, voltadas para a COMPREENSÃO DA PRISÃO através dos discursos dos presos e não das administrações penitenciárias. A partir daí tornaram-se amigos e parceiros intelectuais.

Karina, autora do livro recém-lançado Junto e misturado: uma etnografia do PCC (Editora Terceiro Nome), estudava sem pretensões de seguir carreira acadêmica quando seu marido foi preso. Durante as visitas, decidiu estudar a unidade prisional onde ele estava, mas acabou percebendo que nada poderia ser compreendido sem um olhar mais atento para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Adalton inicialmente estudava a conversão religiosa dentro das prisões. Mas percebeu que as relações entre os presos giravam sempre em torno de ter ou não ter “proceder” e decidiu descrever esse conceito a partir dos relatos dos maiores especialistas na questão: OS PRÓPRIOS PRESOS.

Consolidou tal abordagem em sua dissertação de mestrado: Crime, proceder, convívio-seguro: um experimento antropológico a partir de relações entre ladrões.

Em suas pesquisas, Karina e Adalton valorizam as “VERDADES” produzidas por seus objetos de pesquisa.

Como explica Marques, a tensão de forças existente entre os discursos dos presos e da administração penitenciária não dá ao intelectual o direito de se colocar acima, na condição de julgar o que é ou não correto.

Biondi reforça, apontando as implicações políticas dessas escolhas, que levam o texto a ser escrito quase na mesma linguagem dos presidiários: “É não tratar aquilo como contradição ou como algo que encobre um inconsciente que está por trás, uma verdade que só o pesquisador que está de fora possa revelar a eles mesmos. Isso pra gente é inconcebível”.

A Caros Amigos conversou com os dois antropólogos sobre os princípios e a organização do PCC, essa facção criminosa tão grande quanto pouco compreendida pela população do Estado com a maior população carcerária do Brasil.
Caros Amigos – Como os presos reagiam ao saber que vocês estavam trabalhando numa pesquisa acadêmica?

Karina Biondi – Quando saiu uma coletânea com o resultado da premiação da graduação eu coloquei o livro lá dentro e pedi para eles darem ma olhada e dizerem o que achavam. E eles disseram “olha só, a mina entende mais que a gente, vamos afixar isso nas celas que aí a gente não tem mais que explicar nada pra ninguém que chega, [presos novatos]”. Pensei, ‘poxa, que legal que eles curtiram, viram que não era meu objetivo fazer uma denúncia, escrever algo que pudesse ser usado contra eles’. Agora, com a publicação desse livro eu gostaria que algum preso conhecesse a obra. Mas uma coisa que me deixou muito chocada nesses dias é que a esposa de um preso queria colocar o livro dentro da prisão, mas como há censura do que entra, provavelmente a entrada desse livro vai acarretar um aumento de prisão de seis meses para quem receber.
Caros Amigos- Sob qual critério eles censuraram a entrada do livro?

Adalton Marques – Na verdade não é nem o critério, é a falta de critério que existe nas prisões. Isso configura a prisão como uma máquina de surdez. E quando você se coloca na condição de pesquisar um objeto sobre o qual não se pode falar e que ninguém pode ouvir dele, por causa da posição jurídica e até moral em que ele está posto, tem uma série de inconvenientes desse tipo. Tecnicamente, qual é o problema de um cara ter acesso à literatura?

Karina Biondi – Até jornal é proibido! Qual o critério não sei… Televisão, rádio, pode.. Mas a proibição de certas literaturas parece obedecer a algum critério mais institucionalizado: não conheço nenhuma prisão que permita a entrada de revistas e jornais.
Caros Amigos- Vocês podiam voltar à formação do PCC?

Karina Biondi – Quando eu comecei a pesquisa de campo, cada um falava uma versão: surgiu da facção Serpentes Negras ou de outra, Armas e Rosas. Falavam que nasceu em 1988 no Carandiru, ou em outra data. De repente todas essas versões sumiram e uma predominou, a que é contada no livro Cobras e Lagartos [de Josmar Jozino].

Caros Amigos- E como é a versão?

Karina Biondi – Ela diz que o PCC nasceu em 1993, no anexo de Taubaté, a partir de um jogo de futebol entre o Primeiro Comando Caipira e o Primeiro Comando da Capital. Tinha um acerto de contas, um cara do Comando Caipira morreu e os da Capital se reuniram para tomar um conjunto de medidas para se defenderem das sanções que essa morte causaria.
Adalton Marques – Eles estavam no anexo que na época era conhecido como “piranhão”, como inferno. Era a cadeia mais dura, o mesmo diretor do Pavilhão 9 do Carandiru na época do massacre.

Karina Biondi – E o Carandiru teve um reflexo nisso também, na linha de “olha, se a gente não se unir isso pode voltar a acontecer, todos os abusos e torturas podem acontecer de novo”. E daí teria sido fundado o PCC, que começa a se espalhar após transferências que levam essa idéia a outras unidades – não sem derramamento de sangue nesse primeiro período. A ideia era sedutora, estabelecer uma relação de não opressão entre os presos e de união contra a administração penitenciária, só que existiam resistências, foi a época das grandes guerras, que eles falam.
Adalton Marques – Surgiram outros comandos nesse processo. Surgiu o Comando Democrático da Liberdade (CDL), o Comando Revolucionário Brasileiro do Crime (CRBC), a Seita Satânica já era consolidada. Começa uma guerra de disputa de território, e o que está atravessando toda essa questão é quem é certo.
http://carosamigos.terra.com.br/index_site.php?pag=revista&id=145&iditens=690
http://bernardete-buscandorespostas.blogspot.com/2010/07/por-dentro-do-pcc-o-que-voces-sabem.html
O PCC existe e não se pode fingir que não exista.
Segundo consta, o PCC também é a VOZ da população carcerária.

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1 Answer

  1. Tem alguns DVDs com um texto atribuído ao Marcola, numa entrevista..
    Olha, pelo que se sabe nasceu mesmo dentro dos presídios, desconheço as circunstâncias, mas sei que as Polícias não se metem, são eles que mandam nos presídios e coordenam o tráfico aqui fora, assim como os sequestros e demais ações coordenadas dentro dos presídios e executadas pelos “associados” aqui fora para sustentar o grupo, suas famílias e garantir os privilégios dentro das cadeias..
    Cá entre nós, não vejo a utilidade de um livro dando o Beabá do Crime organizado.

    Beijos e margaridas na janela

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