Você pode até fazer uma pesquisa na web, mas só vai encontrar à venda em lojas oficiais apenas um modelo de gravador de DVD de mesa – Samsung DVD-R170 –, que parece também caminhar para a extinção. Pelo menos foi o que constatei nessa última semana quando respondia uma questão levantada por um leitor da revista HOME THEATER&CASA DIGITAL.
Perguntei o porquê do desaparecimento dos gravadores de DVD para Alessandro Batista, Analista de Produtos da Panasonic, que até o ano passado mantinha em linha dois modelos: o DMR-ES15 e o DMR-EH55. Segundo o executivo, “no que se refere a vídeo, a empresa pretende focar as ações de marketing e desenvolvimento no formato Blu-ray”, que tem resolução seis vezes superior ao DVD. O problema é que não há nem previsão de lançamento de gravador de Blu-ray de mesa aqui no Brasil, a exemplo do que ocorre em países como Japão e Coréia.
Com a ausência de modelos da LG, Philips, Samsung, Semp Toshiba, Sony, além da Panasonic, a solução para quem deseja guardar para sempre conteúdos de A/V é adquirir um gravador de DVD (ou de Blu-ray) embarcado em PC. Outra idéia é partir para um conceito diferente de gravador de vídeo digital (PVR), como o modelo da Topfield.
Nos próximos dias, tentarei falar com outras empresas, para colocar aqui mais novidades sobre esse assunto. Mas e você: o que está achando desse “sumiço” dos gravadores de DVD?
Eu acho que não é só fato do foco no Blu-Ray. Eu acho que o problema é mais profundo, tenho várias considerações a respeito:
– os dvd-r de mesa demoraram para chegar no brasil, tinha que ter vindo mais rápido;
– o preço inicial foi muito alto, e queda não deste não foi proporcional a queda do preço dos players;
– eu acredito que o usuário com menos conhecimento de informática e gravação de mídias deve ter tido muita dificuldade na hora da operação, que tem muitos detalhes a mais do que um video cassete.
Pensa só, o cara vai e compra o gravador, chega em casa felizão e vai testar. Bota um dvd+r lá dentro e não funfa. E agora. Faltou ler o manual, esse modelo só gravava em dvd-r (ou vice-versa). Tá, foi falta de atenção, daí o sujeito volta com o dvd-r e vai gravar um programa para testar, bota pra gravar, um programa de 1 hora, e vai dar uma volta, pra depois ver como ficou (assistir o programa 2 vezes seguidas não tem quem agüente). Só que ele esqueceu de configurar a qualidade da gravação (tem 4 ou +), daí só gravou primeiros 39 minutos. O cara só não dá uma porrada no aparelho porque, realmente, a qualidade da gravação ficou jóia, que bonito… Então ele parte pro dvd regravável, que se der besteira é regravável, agora já com o cuidado de comprar o dvd-rw, e não o +rw. Daí grava um programa, na qualidade certa, tudo bonitinho. Ficou show, “vou guardar”. “Xi, mas esse é meu dvd regravável, e agora?”. E agora magrão, quer duplicar, precisa ter um micro. “Vou fazer assim então, ficou boa a gravação, mas foi só teste, nem gostei muito do final do filme mesmo, vou gravar outra coisa por cima”. Aí o cara decide que vai gravar aquele jogão que vai passar de noite, Brasil x Argentina, ah muléqui! Pipoca numa mão, cervejinha na outra, vai lá e aperta o REC com a ponta do nariz. Opa, não deu. Larga tudo o que tem na mão e agora aperta com o dedão. Também não deu. Só tem um simbolozinho no canto da tela. Pega o manual (“ai, ai ai, tá quase começando”) e procura o que é. Tá lá escrito, O DISCO ESTÁ CHEIO, SE FOR UMA MIDIA REGRAVÁVEL TRATE DE FORMATA-LÁ. “Ai meu Deus, já tá saindo a bola”. No que ele aperta o botão pra formatar, sai um gol do Kaká. Acabou a paciência, o cara pega e arranca tudo da tomada e vai dar uma volta. Dias depois resolve dar outra chance para o aparelho, “agora eu vou com calma, vou ler todo o manual e treinar algumas vezes com esse dvd-rw, para não errar nunca mais.”. E assim vai tentando, grava uma coisinha, aprende as diferenças que dá pausar ou dar STOP, brinca com todas as qualidades de gravação, formata depois, tudo às mil maravilhas. Convoca aquela reunião de familia pra exibir que agora ele tá por dentro do assunto. Vai gravar um programa e não rola de novo. NO DISK aparece na tela. Mas o disco está lá dentro, só que era um daquelas midias bem cretinas que o vendedor empurrou nele, que depois de umas formatadas, foi pra banha. Nisso o cidadão joga o gravador pela janela, e sai espalhando pra todo mundo que “comprar esses gravadores de mesas é bota dinheiro no lixo, NO LIXOOOO!”.
Aí ele chega no camelô da esquina e já tem lá, por R$2 (ou três por R$5) o dvd da goleada do Brasil sobre a Argentina, com opção de narração da Globo ou da Band. Fala sério…
Já pensando em tudo, quando eu fui comprar o meu (há quase 2 anos), comprei um com hd junto. Assim eu poderia primeiro gravar no hd, ver se gostei, e daí passar para um dvd só se quisesse guardar. Fora que com o hd também tem o recurso de pausar a programação atual (ótimo para dar aquela fugidinha ao banheiro). Comprei um Rjtec no Sam’s Club (Wallmart), com hd de 80 Gb menos de R$300 (não lembro 200 e quanto que foi), muito menos que o philips que custava R$600, e menos que esse samsung (que é sem hd) custa hoje.
Então, para não me alongar mais um pouco, para mim os motivos foram a estratégia errada ao colocar o produto no mercado, a maior complexidade de gravar um dvd frente a um vhs e (como está na moda) já vamos culpar a pirataria também, hehehe.
Pelo menos o Blu-Ray não vai ter essa frescura de -R, +R, -RW, +RW, -RAM, +SAPO, etc…
fui…