Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que não o conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou…
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á flores na sua Primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos…
Você quis dizer qual o objetivo?
Bem, definir o objetivo de um poema é complicado. A Arte não tem objetivo definido. Mas você pode perguntar: “O que você entende desse poema?” ou “Que ideia é possivel tirar desse poema?” Porque aí é o que a pessoa acha. E o poema não tem em si uma verdade, mas várias, de acordo com a leitura de cada um.
Então, se eu fosse dizer o que acho desse poema, que é do Alberto Caeiro (uma das personalidades poéticas de Fernando Pessoa), diria que ele nos faz refletir e ver a vida com olhos mais tranquilos, com esses olhos de Caeiro, que prezam muito mais a contemplação que a ação, que valorizam o simples e contentam-se com o seu cultivo.
É um pensamento semelhante à filosofia budista, em que questionar a existencia de Deus não é importante. Ser como árvores e regatos, que levam a sua vida na simplicidade, sem grandes questionamentos, limpos de angústias e sofrimentos, até se acabar naturalmente.
Ele quer dizer, que segundo o autor, se Deus quisesse que pensasse-mos nele, ele teria se mostrado a nós, e que compartilharia do mesmo mundo que a gente. Por isso segundo o autor, devemos ser caumos, e simples, e deixar de querer descubrir Deus, por que ele nos ama, e por isso, nos dá tanto de seu mundo, temos que esperar a hora certa, de vê-lo, para poder-mos, diretamente procurar as respostas, que tento nos intriga.